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Museu Vivo de novembro destaca os cinemas paraisenses

16/11/2009

 Neste mês de novembro, o  Museu Municipal Napoleão Joele, anexo à “Casa da Cultura” , apresenta exposição de  peças representativas do cinema paraisense. A exposição integra o projeto “Museu Vivo”, que acontece cada mês com um tema diferente, com enfoque na  história paraisense.
 Desde o tempo em que Paraíso não passava de um povoado, vez ou outra apareciam artistas dramáticos ou integrantes dos então chamados “circos de cavalinho” (alusão aos pôneis amestrados), que armados em forma de barracões circulares cobertos de lona, proporcionavam espetáculos artísticos, dos mais variados, mediante pagamento e muito apreciados pelos espectadores.
 Com referencia a espetáculos cinematográficos, esses passaram a acontecer a partir de 1906, no interior de um barracão fixo, construído com material de alvenaria e localizado nas proximidades da praça comendador José Honório, o­nde atualmente está situado o Clube Paraisense.
 Na época, a cidade ainda não possuía energia elétrica. Era utilizado um dínamo (gerador de energia), que acionava o aparelho cinematográfico, que por sua vez projetava na tela os filmes que vinham em rolos, dentro de latas especiais. Era a época do cinema mudo.
 O barulho produzido pelo dínamo era abafado pelo som de uma orquestra ou piano em execução, postados nas imediações da tela de projeção. Os espectadores pouco se importavam com tal situação, já que tinha a atenção voltada para as legendas e o desenrolar do filme que estava sendo exibido.
 Nesse tempo, havia outro problema: a energia produzida pelo dínamo ocasionava o fenômeno de aquecimento das telas, sendo necessário várias vezes durante a exibição de  um filme, esfriar a tela molhando-a com alguns baldes de água. Era assim o Cine Biju, de propriedade de Pierre Monte Alegre, que por sinal possuía músicos próprios, tais como: João Braz Naves, José Arantes de Paula, João Borges Moura, Carlos Grau, Perciliano de Brito, José Augusto Naves, Armando Grossi, Glorinha Lannes, o­norico e suas filhas.
 Anos depois, este cinema foi vendido para Pedro Fressatti, que o transferiu para a rua Placidino Brigagão (hoje edifício Recreio), com o nome de Cinema Recreio. No início de 1930, surgiu o Cine Paris, que foi adquirido por Oswaldo Lemos, mudando o nome para Cine São Carlos e foi transferido para a praça Com. José Honório (atual Magazine Luíza). A parte musical ficava a cargo de renomados músicos, como: Hildebrando Nicácio, maestro Francisco Antônio Tinoco de Salles, Francisca Villela, dentre outros.
 Em 16 de outubro de 1932, o jornal local “O Libello do Povo” noticiou que os cines São Carlos e Recreio, dentro de poucos dias receberiam os aparelhos para o áudio, tornando-se assim audiovisual.
 No dia 22 de novembro de 1935 a empresa de teatro São Sebastião, adquiriu o Cine São Carlos, pelos empresários Antônio Costa Pinto e Antônio Eichembrg Júnior. São Sebastião do Paraíso era então a 5ª cidade de Minas Gerais a dispor de dois projetores “Krupp”, que foram inaugurados com a exibição do famoso filme “Véu Pintado”, estrelado por Greta Garbo. Mas em 1958 referido cinema foi adquirido pela Empresa de Cinemas Paraíso Ltda.
 O primeiro filme colorido exibido aqui em São Sebastião do Paraíso foi o “Rio Rita”, estrelado por John Rollis e Bebé Danielis. A partir de 1930 grandes companhias teatrais começaram a apresentar-se no interior do Brasil, principalmente em cidades servidas por ferrovias. Assim tivemos o privilégio de conhecer ao vivo, excelentes artistas como: Leopoldo Froes, a Família D'Ávilla (Walter D'Ávila – Eva D'Ávila-  Ema  D'Ávila).
 Em 23 de janeiro de 1949, foi construído o novo Cine Recreio, situado na avenida Ângelo Calafiori, com a exibição do filme “O Tubarão”. Os dois cinemas encerram suas atividades no limiar da década de 80.
 Depois de 20 anos sem  cinema, recentemente, em 2000, São Sebastião do Paraíso ganhou o Cine 14-Bis, situado na rua Padre Benatti, que contribui pela elevação cultural dos paraisenses.