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 A Diretoria de Saúde e Ação Social de São Sebastião do Paraíso apoiou no sábado, 14 de fevereiro, a realização da palestra “A Arte de Saber Ouvir, conhecendo o programa CVV de apoio emocional e valorização da vida”. O evento contou com a presença de aproximadamente 100 pessoas e teve como objetivo a apresentação dos trabalhos realizados pelo Centro de Valorização da Vida (CVV).
 A palestra foi ministrada pelo professor, voluntário e porta-voz do CVV de Franca, Sérgio Marcos de Oliveira, que de uma maneira resumida, divertida e didática explicou a origem, o funcionamento e o objetivo do serviço. “O CVV é um trabalho voluntário de apoio emocional gratuito que funciona 24 horas por dia, todos os dias, e atua na prevenção de suicídio e na valorização da vida, se dispondo a conversar de forma fraterna e solidária com todos que sintam necessidade”, explica Sérgio.
 O serviço é feito através de atendimento de ligações telefônicas, prestando um apoio à pessoa que liga. Há também o atendimento pessoal para quem visita o posto do CVV. É garantido o total sigilo por parte dos voluntários, dos assuntos tratados, tanto via ligação telefônica, quanto via atendimento pessoal. Quem procura o posto não precisa se identificar. O voluntário que atende aos telefonemas só se identifica se a pessoa que precisa de ajuda solicitar. O tempo da ligação também é definido pelo atendido. O sigilo e o anonimato são a base do atendimento e responsáveis pela credibilidade da instituição.
 Existem postos do CVV espalhados por todo o Brasil. Todos esses postos atendem ligações 24 horas por dia, sete dias por semana. Os atendentes, todos voluntários, possuem as mais diversas formações. “Há um lema dizendo que, dentro do CVV não somos psicólogos, nem médicos, nem professores, somos apenas voluntários”, comenta Sérgio. As exigências para ser voluntário do CVV é que se tenha 18 anos completos, disponibilidade de quatro horas semanais para o plantão e um coração muito grande para ouvir os desabafos de quem liga. Além disso, haverá um processo de seleção de voluntários e posteriormente eles passarão pelo curso do CVV e depois estágios para aprender os diferentes tipos de abordagem durante as ligações.
 Sérgio ainda explica que Minas Gerais é um estado que precisa e deveria comportar um grande número de postos do serviço, porém apenas Belo Horizonte, Uberaba e Uberlândia possuem o CVV e mais alguns postos samaritanos (que não atendem 24 horas). Já está em planejamento a abertura do serviço em Piumhi e agora em São Sebastião do Paraíso. Já estão em fase de estudo as próximas datas para o Processo de Seleção do Voluntário (PSV) e os interessados deverão procurar Nelson Gadi, através do telefone: 8823-3016.
 O CVV é uma instituição sem fins lucrativos e sem fundamentação política ou religiosa. Muitas vezes, quando não há subvenções, os próprios voluntários mantêm as despesas do posto como: água, luz e telefone. “Porém, eventos em prol da instituição podem e devem ser realizados, com a finalidade de angariar fundos para a manutenção do serviço”, comenta Sérgio.
 No Brasil, a instituição surgiu em 1962 em decorrência do aumento do número de suicídios nas grandes cidades. A partir de 1977, passou a expandir-se com a implantação de novos Postos de Atendimento, hoje em quase todas as capitais dos Estados brasileiros e em muitas cidades no interior, num total de 58 Postos com mais de 3.000 voluntários em atividade. É reconhecido como serviço de utilidade pública pelo Ministério da Saúde, pertencendo às organizações do terceiro setor. Anualmente, o centro presta aproximadamente um milhão de atendimentos no Brasil.